Os bebês nascem com uma tendência natural a se desenvolverem, isso é biológico, acontecerá com todos. Mas esse processo é muito mais saudável quando se está inserido em um ambiente propício e adequado.
A integração do bebê vai acontecendo gradativamente, de maneira inata, de forma a estruturar seu psiquismo pouco a pouco, na medida em que o ambiente lhe proporcionar boas experiências.
Este ambiente, não é exclusivamente o ambiente físico, mas uma composição entre o físico, o pessoal e o emocional.
Acolher, confortar, estar presente nas necessidades do bebê, proporciona, no decorrer do percurso do desenvolvimento emocional, a saída da dependência absoluta para a dependência relativa e posteriormente o rumo a independência.
Winnocott descreve (2000, p.299) “... existe o ambiente suficientemente bom, que possibilita ao bebê alcançar, a cada etapa, as satisfações, ansiedades e conflitos inatos e pertinentes.”
A mãe, que está presente para o bebê quando ele chora de fome, e atende a sua necessidade alimentar, está construindo neste bebê a ideia de amor, de vida. Da mesma forma que, mais adiante “falhará” na tarefa instintiva da fome, proporcionando a esse mesmo bebê a condição de conviver com a frustração.
Saber o momento em que já há estrutura para frustrar, em que já será possível dar conta deste sentimento tão difícil, mas que nos acompanha por toda a vida, faz com que o ambiente seja bom e suficiente.
Além disso, a mãe da qual estamos falando, não é só aquela que gera e que dá à luz, não é apenas a mãe biológica. Podemos ter várias pessoas em nossa vida que ocupam esse lugar materno, as mães adotivas, as avós, as instituições escolares, as educadoras, as cuidadoras, entre outras. O que precisamos enxergar é o quão importante e significativo esse papel é, no desenvolvimento psíquico de um bebê.
Promover experiências de presença e ausência, de satisfação e frustração, de atendimento imediato às necessidades e de espera, desde os primeiros dias de vida, proporcionará ao indivíduo a possibilidade de uma estruturação psíquica saudável e adequada emocionalmente para as futuras vivências que lhe surgirão na vida.
BIBLIOGRAFIA
Winnicott, D. W. (2000). Da Pediatria à Psicanálise, Obras Escolhidas. Rio de Janeiro: Imago.
Janaina Copeiro Nobre
Psicóloga
CRP 06/67112